Editorial

Participação necessária

Trata-se da escolha de quem vai fiscalizar e monitorar o tratamento recebido pelas nossas crianças, seja em seus lares, seja na prestação de serviço de entidades públicas e privadas.

Ocorrem neste domingo, em boa parte do Brasil, as eleições para o Conselho Tutelar dos municípios. Embora bem menos mencionada e com participação voluntária, há que se ter um entendimento de que engajar nesse pleito é tão importante quanto escolher representantes do Executivo e Legislativo. Trata-se da escolha de quem vai fiscalizar e monitorar o tratamento recebido pelas nossas crianças, seja em seus lares, seja na prestação de serviço de entidades públicas e privadas. Ou seja, o futuro da nossa sociedade passa pela mão desses escolhidos.

Não raro o Conselho Tutelar serve de trampolim político, ou de berço de apadrinhamento para alguma figura pública usar seu poder de angariar votos para escorar algum apoiador, familiar ou assessor mais próximo. No entanto, o cidadão eleitor deve ater-se a pesquisar. Em Pelotas, são 55 candidatos para 30 vagas. Ou seja, mais da metade vai ser eleita. Alguns, com pouquíssimos votos, dado o baixo engajamento que o pleito costuma gerar. Percebe-se que só vai às urnas quem é estimulado justamente por um candidato ou cabo eleitoral.

Mas essa é a hora da atenção. A lista de nomes está disponível no site da Prefeitura e o passo a passo para votar está na página 7 da edição de hoje, em um levantamento feito pela repórter Helena Schuster para esclarecer como funciona o processo. Com internet e redes sociais, é fácil ir atrás de candidatos e suas propostas. Cabe ao eleitor se preocupar com as crianças e adolescentes antes de pensar em eleger aquela figura amiga, o amigo do amigo, o indicado por aquele conhecido… O Conselho Tutelar não é cabide de emprego garantido por quatro anos. É uma entidade necessária, cuja atuação precisa ser constante e vigilante. Não é raro ver notícias de alguma atrocidade contra o público infantojuvenil que passou justamente pela omissão desse órgão - o caso Bernardo talvez seja a mais recente e midiaticamente gritante dessas situações.

Portanto, pesquise, se informe, separe a documentação e vá votar. E, como todo processo democrático, vote consciente. A qualidade de vida de crianças e adolescentes passa diretamente por essa escolha e pela boa vontade em participar.


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Conselho tutelar: a importante eleição de 2023

Próximo

Monet et le paradis de Giverny

Deixe seu comentário